Nassau Senior, economista de renome, passou por Man-
chester em 1837, e assim descreveu o que viu: “Num lugar
encontramos toda uma rua seguindo o curso de um canal,
porque dessa forma era possível conseguir porões mais pro-
fundos, sem o custo de escavações, porões destinados não
ao armazenamento de mercadorias ou de lixo, mas à resi-
dência de seres humanos. Nenhuma das casas dessa rua
esteve isenta do cólera”.
A média de vida era determinada pelo lugar onde se mo-
rava — segundo o relatório do Dr. P. H. Holland, que realizou
uma investigação num subúrbio de Manchester, em 1844.
“Quando verificamos ser a taxa de mortalidade quatro ve-
zes maior em algumas ruas do que em outras, e duas vezes
maior em grupos de ruas do que em outros, não podemos
deixar de concluir que multidões de nossos irmãos, centenas
de vizinhos próximos, são anualmente destruídos por falta
das precauções mais simples”.
(Leo Huberman. História da riqueza do homem, 1986. Adaptado.)
O relatório alude
(A) aos efeitos sociais da industrialização, com a formação
de bairros operários onde as condições de habitação e
higiene eram precárias.
(B) às causas das epidemias nas áreas rurais da Inglaterra,
devido à concentração dos camponeses em aldeias sob
condições degradantes.
(C) aos ideais do socialismo científico, que formulava críticas
a organização industrial da produção, mas não oferecia
meios práticos de mudança.
(D) aos resultados do planejamento urbano das metrópoles,
cujo objetivo principal foi integrar socialmente a popula-
ção trabalhadora das periferias.
(E) aos motivos da distribuição de renda na economia britã-
nica, devido ao aumento da massa salarial e da produtivi-
dade proporcionada pelas fábricas.